quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O DIREITO DE SER BELO E DEFCON1

Correndo ontem no Ibirapuera, e meditando nas palavras do meu mais recente ídolo, Dr. Gregory House, cruzei com os alunos de um colégio que provavelmente foi visitar a Bienal. As professoras e os dependentes encabeçavam a fila, depois os aspirantes a nerds e geeks, as minas (bonitinhas e gostosinhas), os manos com topete pintado, os manos com topete cor natural, e por último, as feinhas e gordinhas. Com certeza, a corrida da vida vai terminar dessa maneira, se as retardatárias não fizerem alguma coisa para ganhar posições. Quando a adolescência chegar, a fase mais bacana da nossa existência, o preço a ser pago pelo descaso dos pais vai ser caro. Os meninos não vão olhar para elas, muito menos “ficar” com alguma delas. Nas festinhas, vão formar aquele grupinho no canto que considera as populares vagabundas, quando na verdade, gostariam de fazer parte da turma. A probabilidade de se tornarem adultas infelizes é grande. Pais menos afortunados não estão nem aí com os hábitos alimentares dos filhos e com a vida que levam. Pais mais abastados têm um controle maior, mas quando dão um carrinho elétrico para um menino, não percebem o quanto estão contribuindo para a infelicidade futura. Em todas as camadas sociais, a obesidade infantil e os vícios correm soltos.
Com certeza seria a última pessoa a valorizar os cabeças-ocas com rostinho bonito, corpinho sarado, e 15 dias de fama. Inclusive, se a Geisy Arruda (que não tem rosto nem corpo) cruzar a minha frente passo por cima, e dou ré para garantir. E nunca vou aceitar a ditadura da modelete lagartixa branca desamparada.
Mas ser belo, ou procurar ser belo, faz bem. Cuidar da aparência, do peso, do que vestimos, do que comemos, é mais que um direito, é um dever que temos conosco. Todo mundo, sem exceção, se sente bem quando é notado e desejado apenas pela aparência física. Faz bem à auto-estima, autoconfiança, e traz benefícios para todos os aspectos da vida. Não há nada de errado em querer melhorar. Vale tudo, fazer dieta, malhar, clarear os dentes, mudar a cor e o corte dos cabelos, um botox aqui e ali, a cinta do Dr. Ray, até uma plásticazinha. Não é preciso exagerar, colocar uma bunda de silicone, como a que vi hoje na internet, deixando a proprietária com corpo de inseto alienígena.
Isto se torna mais importante neste momento da história do Brasil. Vivemos oito anos sob o reinado dos tiriricas barbudos e agora passamos à etapa das mocréias (ver o texto OS CÃES E O MOCREÔNIO). Como podemos esperar que o mundo julgue a América do Sul de uma forma melhor, quando nossas referências são Lula, Evo Morales e Hugo Chávez? Ah, que saudades do Fernando Henrique.
Antigamente, os americanos colaboravam (vide os Bush, pai, mãe e filho), mas até lá a coisa mudou. A mulherada acha o Obama um gato (não seria o Osama, lógico, se bem que aquela barba pode ter múltiplo uso na hora do rala e rola), Hillary Clinton é uma mulher de muita classe, e eles ainda têm Sarah Pailin e o governador Arm Old Schwarz and Egger.
Agora é a vez da Europa quebrar o nosso galho. Sinceramente, não sei o que as pessoas vêem na Carla Bruni. Para mim, ela está para um Fiat147 velho, enquanto a Jaque Khoury está para a nova Ferrari485. Tem um monte de princesas escandinavas que dão de dez a zero na primeira dama da França. O chanceler José Luiz (Mr. Bean) Zapatero não precisa se preocupar com a segurança enquanto as filhas morarem com ele, ninguém seria louco de invadir a residência e dar de cara com uma delas. Só resta mesmo o Berlusconi, o único que preserva o bom gosto e o liberalismo econômico.
É por essas e por outras que há duas semanas me coloquei em DEFCON1. Para quem não sabe, DEFENSE CONDITION é o estado de alerta a que o governo americano submete o país frente alguma ameaça terrorista ou de catástrofe. Varia do nível 5 (mais baixo) ao 1 (mais alto).
Faz mais ou menos um ano que venho me descuidando, parei de correr, comecei a descontar na comida (porcarias e doces), e acabei ganhando mais de quinze quilos. Ainda bem que não perco cabelo, e tenho poucos fios brancos. Mas chega. Já comecei o regime, retomei os exercícios matinais, e faço questão de pegar um solzinho toda hora que posso. Tudo muda, até o fato de ter 46 anos não parece importar.
Mas caso alguém me julgue superficial, ou que supervalorizo a beleza, é sempre bom lembrar que além de cuidar da minha aparência, projeto, planejo, leciono, pesquiso, discuto, organizo viagens, leio, pinto, fotografo, estudo línguas, e nas horas vagas escrevo textos como este.........
Putz, esqueci que o importante mesmo é ser rico.......