Uma das intenções da edição do Big Brother Brasil de 2010 é a discussão sobre o preconceito contra os homossexuais. A Rede Globo conseguiu isso e muito mais, graças à participação de Marcelo Dourado. Mas, ao contrário do que muitos acham, Dourado não é homofóbico. Ele está simplesmente exercendo o nosso inalienável direito de livre arbítrio.
Para mim, está claro que cada um faz o que quer com o seu C..... (todo mundo tem), o seu C..... (todo mundo tem) e o seu C..... (só metade das pessoas tem), mas empresto do lutador gaúcho a expressão “resistência”, para lançar a questão que muito me incomoda: o preconceito heterossexual.
Há muitos anos, venho conhecendo pessoas que consideram os “gays” mais desenvolvidos em termos sociais e culturais. Em minha opinião, o único indicador possível para essa relação é que sociedades mais desenvolvidas não discriminam homossexuais.
Heterossexuais, assim como homossexuais, também podem ser educados, cultos, honestos, divertidos, sensíveis, vaidosos, sarados e usar ternos Armani.
Homossexuais, assim como heterossexuais, também jogam lixo no chão, falam “pobrema”, fazem trapaças, são chatos, matam parceiros por ciúme, se enchem de piercings e tatuagens, usam anabolizantes e vestem calça pescador.
Quanto ao BBB, os três coloridos do programa têm tão pouco a dizer como os demais participantes. Dicésar, um transformista fofoqueiro, (na verdade, nunca entendi para que serve uma drag queen), Serginho, um garoto que tem na chapinha a melhor amiga e Angélica, uma menina cujo único interesse é saber quais meninas já beijaram meninas. São tão vazios quanto a brasiliense Elenita, doutora em lingüística, cujos grandes momentos na TV foram uma discussão com Dourado sobre a suástica (com total ignorância sobre o tema) e tentar se equilibrar de biquíni no salto alto, para mostrar que não está nem aí com o excesso de peso.
Infelizmente, o Big Brother Brasil é o espelho da sociedade brasileira, onde heteros, homos ou bissexuais, desfilam suas limitações. Mas é um espelho de poucas faces, pois, apesar dos negros e pardos constituírem 45% da população, foram representados por apenas um, no máximo dois participantes, em todas as edições do programa, e, apesar dos “manos” e das “mina” constituírem 95% da população, nunca foram representados.
Certo, mano?
É nóis.